Através da névoa
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2. (Capítulo paralelo) Esperança

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Mensagem por Will Mikkelson Ter Jul 12 2016, 00:58

We all want to be somebody, we just need a taste of who we are

Apesar do cansaço e dos protestos de seu corpo, Will não conseguiu dormir tão facilmente naquela noite. Estava tão perto de encontrar... o que? As últimas palavras de seu tio retumbavam em sua mente, ensurdecedoras. “Encontrará sua família.” Família? Seria possível que seus pais estivessem vivos? Como seriam? Milhões de perguntas inundavam a cabeça do garoto, uma pequena centelha de esperança se acendeu em seu peito.
Sentou-se perto da janela, e observou a cidade pela fresta que deixara entre as tábuas que usou para obstruir a vista de quem o procurasse. O prédio onde estava tinha uma vista para o que um dia foi o Central Park, e, do terceiro andar, era possível ver quase toda a extensão do parque, onde a vegetação nativa se misturava com a exótica flora pré-histórica que se ergueu na última década.
- Pai, mãe – disse ele, olhando para o céu – se estão ai, me enviem um sinal
Um trovão estourou a leste dali, distante, a julgar pelo som, pensou. Olhando para lá, Will pode avistar o vulto de algumas nuvens, mas nada que fosse preocupante. Talvez garoasse amanhã. Voltou a olhar o vulto que era o parque, uma mata densa e escura, certamente intransponível, que cobria o que já foi um grande centro de lazer ao ar livre. Mas algo chamou a atenção do garoto. Algo que não devia estar lá. Fumaça.
Um filete de fumaça erguia-se do centro do parque, pequeno demais para ser um incêndio, mas, ainda assim, grande o suficiente para significar um fogo considerável. O cérebro de Will fervilhou, seus pensamentos voando e incendiando aquela pequena centelha de esperança. Passou algum tempo em acampamentos de sobreviventes com os tios, sabia localizar um local estratégico como aquele, difícil acesso, protegido pela mata, era um refúgio perfeito. E aquele filete de fumaça que se confundia com o céu noturno confirmava essa ideia. Havia alguém ali. Pessoas. Muitas, mais do que em qualquer acampamento de mendigos que visitara antes. Talvez algumas centenas.
Seus pais estariam ai? Estariam esperando por ele? Will teve vontade de gritar e sair correndo pela noite. Com um pedaço de madeira queimado, fez uns rabiscos na tábua, indicando por onde olhar, os ângulos e posições da provável fogueira, para, no dia seguinte, a luz do dia, escolher pontos de referência e guiar sua caminhada até o acampamento.
Com o coração ainda palpitando pela descoberta, serviu-se de um pouco da carne do coelho, agora morna, e deitou-se, segurando a faca como de costume, mas não conseguiu adormecer imediatamente. Finalmente tinha a chance de descobrir quem eram seus pais, descobrir quem ele era. Que descoberta mais revigorante que a auto descoberta e saciar esse incontrolável desejo de ser alguém. E lá estava a chance de Will, se o tio John estivesse certo.
Quanto mais o tempo passava, mais Will tinha a certeza que não havia tempo para dormir.

Will Mikkelson
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