Através da névoa
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Mensagem por Damon Wells Ter Jul 19 2016, 13:46

damon  

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Era interessante ver que mesmo no fim do mundo as pessoas ainda gostavam de esportes. O sentimento de torcer para uma disputa sem sentido, de se tornar um com a multidão e usar seu corpo e voz em um tipo de força maior do que si mesmo. Algo tão antigo quanto a própria humanidade.

Ali no Refúgio esse esporte podia ser uma partida simples de futebol ou basquete ocasionais, mas para os semideuses o verdadeiro esporte era a Caça a Bandeira. Antigamente era uma tradição no acampamento que era basicamente um jogo político cheio de troca de favores, e, como não podia deixar de ser diferente, a mesma coisa acontecia ali.

Agora a Caça a Bandeira servia para demonstrar a força. Assustar os mortais. Mostrar como os semideuses eram poderosos e necessários para a sobrevivência deles e mostrar quem eram os importantes ali. Isso e resolver um ou outra disputa simples que acontecesse entre os grupos.

Mas o que estava em jogo dessa vez era bem mais do que uma simples desavença. Era o futuro do Refúgio. Dependendo de quem vencesse esse confronto a vida dos semideuses ali mudaria. De uma forma ou de outro. Damon queria ter certeza de que mudaria da forma que ele desejava.

Era simples. Seven queria salvar humanos em uma tentativa tola. Se era parem tentar salvar algo que salvassem uma nova fonte de alimento ou novo lugar que pudesse ser mais seguro que o Refúgio em si. Tinham tido sorte de jamais sofrer um ataque grande ao longo de dez anos, mas essa sorte não seria eterna e era por isso que tomar o Olimpo era a melhor solução possível.

O evento em si podia até envolver outros, mas o embate ali era entre Damon e Seven. Uma luta que todos, até mesmo os humanos, estavam loucos para ver. Um confronto que provavelmente movimentou muitas apostas envolvendo comida e favores já que realmente não tinham mais dinheiro naquela sociedade.

Com as informações que tinha conseguido Damon tinha uma boa ideia de como o outro grupo deveria agir. Suas instruções misturavam uma estratégia que venceria os planos de Seven, mas que poderia se ajustada facilmente se fosse necessário. Toda as surpresas e variáveis em um campo de batalha seriam impossíveis de se cobrir mas Damon achava que sabia muito bem o que fazer. Seu objetivo ali não era capturar a bandeira. Era o show principal.

O problema era lidar com os outros membros do seu time. Passou muito tempo discutindo com os outros membros do time para que eles pudessem deixar que prosseguisse com seus planos. Era chato ter que lidar com outras pessoas quando elas não obedeciam.

Lyssa era um problema, bom... não quando eles estavam em momentos íntimos, mas ela tinha uma personalidade bem forte. Cora era mais fácil de se lidar. Damon deixou o resto do trabalho com elas e Utah enquanto se preparava para encontrar Seven. Ee tinha um plano. Não era o melhor dos planos, mas era um bom plano.

Precisava concentrar sua energia. Buscar as conexões que tinha com Deméter. As poucas que sobravam. Depois disso respirava fundo.

O objetivo principal era achar Seven. E dai pra frente não importava tanto. O público queria que os dois lutassem. Era quase como a velha politica de Pão e Circo. Ali eles eram o circo.

Damon teve que “trapacear” para encontrar o outro semideus. Ok. Era meio relativo. Não existia uma regra clara sobre o uso de poderes durante a Caça a Bandeira, mas ninguém usava habilidades mágicas afinal eram imprevisíveis e as chances de ferir alguém eram altas, mas a habilidade que usava agora não era tão perigosa e ao longo dos anos tinha aprimorado ela o bastante para que não fosse perigoso.

Segurando a raiz de uma planta mais próxima Damon começou a buscar. Achou a presença de Seven bem facilmente considerando que este era um filho de Poseidon. As plantas pareciam não gostar dele e de seus poderes de filho do mar. A aversão delas fazia sentido, Damon concordava com isso.

Tinha algo de errado na formação de seu grupo. Tinha uma vaga ideia da posição das pessoas da arena usando as plantas como seu guia, mas não pareciam estar seguindo o mesmo plano que tinha visto. Será que Alexa tinha o traído? Não. Seven devia ter mudado de ideia por algum motivo. Charlotte provavelmente tinha o traído como uma agente dupla.

Damon ia dar novas instruções para seu grupo quando sentiu a presença de Seven desparecer. Isso era realmente estranho. O que diabos tinha acontecido? Outras pensenças tinham sumido também mostrando que tinha algo de muito errado. Como ela sabia de sua habilidade? Damon nunca tinha contado isso para ninguém a não ser para o povo da caça e .... Smith.

Damon iria matar aquele cara.

Mas enquanto isso.

Damon achou outra presença que poderia usar para encontrar o seu alvo. Era Barry. Amigo de Seven. Sim, ele iria servir. Não iria modificar muito o plano, e tendo uma ideia de onde cada pessoas estava Damon já tinha uma vantagem básica.

- A caça, vai começar. Eu vou na frente. – Damon avisou para os outros lideres. Utah olhou para ele com um olhar preocupado, mas Damon realmente não estava preocupado. Ele gastou seu tempo observando os arredores e checando suas armas.

Consigo carregava uma espada, sua faca de caça e Drusila. Sentia falta de seu arco e flecha, mas não fazia muito sentido gastar flechas para ferir intencionalmente outros semideuses e o terreno sequer era muito bom para isso.

O campo de treinamento nunca chegaria a ser uma floresta como no Acampamento Meio Sangue, mas era bom o bastante para servir para jogos e atividades como essa. Tinham se livrado de algumas das plantas ancestrais que tinham tomado o lugar, mas uma boa parte ficou virando parte dos desafios. Dessa forma o campo parecia um grande labirinto composto por bases e emaranhados de plantas gigantescos.

Esperava não encontrar ninguém até concluir seu plano mas acabou dando de cara com alguns companheiros de time. Isso podia ter sido resolvido rápido se outro contratempo não tivesse ocorrido onde Damon teve que perder o tempo que tinha para o show lutando com outros semideuses.

Tinha quase certeza que tinha visto Seven em algum momento, mas o perdeu de vista novamente. Alana, Barry e outros de seu time. Isso deu bastante trabalho e Damon perdeu de vista quase todo mundo.

Alana parecia estar disposta a lutar. Damon não queria fugir dela, mas não podia perder tempo mesmo que realmente quisesse lutar com ela. Quando estavam prestes a se enfrentar usou os poderes de Deméter disfarçadamente fazendo uma parede de plantas se mover como se fosse um grande acidente bloqueando a passagem de Alana.

Isso daria algum trabalho. Mas agora ele teria que achar outra forma de encontrar Seven.

Damon sabia se guiar muito bem nesse meio. Era quase um habitat natural. Andou bem distraído em frente. Sabia onde seu alvo se encontrava. Barry. Ele gostava do cara, mas infelizmente ele tinha escolhido o lado errado nessa batalha. Bom... ele pegaria leve. Provavelmente.

Como o lugar tinha uma extensão bem grande ainda levou um tempo para achar o semideus. Preparou Drusila. Para lutar com o filho de Atena teria que dar o primeiro golpe. Odiava admitir isso mas os filhos de Atena e Ares geralmente eram esgrimistas bem melhores e gastaria muito tempo precioso para vencer aquele em especifico.

Olhos em volta. A plateia. Tinham um sistema de transmissão para que todos conseguissem ver a luta sem que os participantes tirassem uma vantagem disso. Esperava que eles estivessem vendo aquilo. Gostava de mostrar que era superior. Que podia liquidar quem quisesse ali no meio.

Achando o lugar certo Damon se encostou em um ponto estratégico em meio a diversas arvores onde as jaulas deixavam um ponto cego. Quem fosse passar ali não o encontraria de imediato a menos que já soubesse que estava ali. Ficou em completo silencio. Sua técnica de camuflagem. Se tornar um com as plantas para não ser notado pelo seu alvo. Esse era o princípio básico da caça. Tinha tentando ensinar isso para as crianças do abrigo outro dia, mas isso não tinha dado muito certo.

Barry apareceu. Como esperado. E não o notou. Exatamente como o esperado. Damon deu um comando para Drusila. O chicote estalou e se enrolou nas pernas do filho de Atena. “Não mate.” Damon teve que dar essa ordem antes que o chicote resolvesse liberar seus espinhos.

Damon deu um puxão rápido. Barry caiu de cara no chão antes que pudesse ter reação. Agora ele já era a presa. Nada que pudesse fazer. Damon saiu de seu esconderijo em um pulo e assim que Barry se virou colocou seu pé em seu peito o forçando contra o chão e puxou sua espada para que ficasse bem próxima da garganta do semideus.

- Onde ele está? – Perguntou. Damon não mudou sua expressão. Usava a mesma expressão falsamente tranquila que sempre usava. A mesma que sempre estava em sua face quando ia matar uma presa. Era uma expressão assustadora segundo algumas pessoas. Ele não sabia dizer.

Barry não falou nada. Como esperado.

- Eu gosto de você Barry, você não é idiota que ele. – Damon aproximou a espada fazendo um pequeno corte. Nada muito dolorido, só o bastante para que ele visse que Damon não estava brincando. O prazer de furar carne. Era interessante. Matar pessoas... nem tanto.

Teve um pequeno flash da primeira vez que matou alguém. Aquela feiticeira... Damon ainda tinha pesadelos. Ele lembrava da maldição dela antes de dar seu último suspiro. Ela tinha acertado em cheio.

- Você não vai me fazer falar. – Só isso que ele disse. Mas Damon podia ver um certo medo surgir. Mas de certa forma ele estava certo. Crianças de Atena conseguiam ser muito teimosas e Damon não tinha tempo para tortura-lo e nem queria fazer isso.

Damon pisou em um dos braços dele. Fez mais força puxando o chicote que se enrolou fazendo pressão na perna de Barry. Ele deixou que o chicote liberasse um pouquinho seus espinhos.

- Eu sou muito persuasivo sabia? – Damon começou a pisar na mão esquerda do semideus. Damon já tinha torturado pessoas antes. Era meio divertido se você soubesse usar as técnicas certas. Se a pessoa tivesse pouca força de vontade falava logo, mas se resistisse também seria divertido, o problema era quando...

O filho de Atena não reagiu. Essa teimosia levaria tempo demais. Nenhuma das técnicas divertidas valia o esforço de Damon agora.

- Eu sei que mudaram de estratégia... – Damon falou enquanto pisava com mais força. Viu uma pequena reação no rosto do filho de Atena. Ótimo. Usando as palavras certas com toda a certeza iria conseguir descobrir o plano daquele idiota.

Damon pensou um pouco. Já sabia o que fazer.

- Eu só não entendo o que ele fez para sumir assim do mapa... – Mais uma surpresa do filho de Atena. Ele estava entregando tudo sem dizer nada. Damon era bom com expressões. Ele vivia para manipular as emoções certas.

- Talvez um túnel? – Sem reação. Não.... Damon tinha que pensar como aquele maldito filhote de bacalhau. O que ele podia estar fazendo para fugir de contato com plantas? Que estratégia malucar ele estava usando?

Filhote de bacalhau.

Foi ai que ele entendeu. Merda. Era muito óbvio. Como não tinha feito essa ligação antes? O maldito córrego!

- Talvez... água? – Barry bem que tentou esconder sua expressão, mas foi tarde demais. Damon estava certo. O bastardo estava usando os córregos para se locomover.

Damon se deu liberdade para rir.

- Ótimo. Obrigado pela informação. – Com força deu um golpe controlado o bastante que faria com que o filho de Atena ficasse desmaiado até o fim do jogo.

Damon arrastou Barry para um canto usando Drusila. O largou em qualquer posição e depois se focou em lembrar para onde devia ir para achar o córrego. A sua volta já ouvia sons de combate e gritos da multidão mostrando que a Caça a Bandeira já estava em pleno vapor.

Teve o cuidado de evitar qualquer combate. Passou bem perto de dois grupos e enfrentando em sua busca pelo córrego. Se esgueirou por outro lado. Não estava interessado nessas lutas. A multidão podia se distrair com essas coisas, mas Damon precisava achar logo Seven e continuar seus planos.

Quase voltou para a base da qual tinha partido quando encontrou o ponto onde Seven saiu do córrego. Foi um pequeno golpe de sorte... provavelmente. Ele e outros semideuses estavam fora da água em uma área mais limpa onde algumas raízes se espelhavam pelo chão. Em volta alguns corredores para outras áreas e mais árvores.

Era uma desvantagem para Damon lutar perto demais da água. O filho de Poseidon podia até não usar os poderes por medo, mas a água o deixava mais forte. Não que Damon não pudesse retirar energia de plantas, mas isso era ruim. Era como se sugasse a vida de algo. O fazia se sentir desconfortável.

- Olha só o que a maré trouxe... – Damon falou para chamar a atenção de Seven e de seus capangas. O filho de Poseidon se virou de imediato em pose de batalha. Damon só manteve distância sem se dar o trabalho de se mover para isso. Primeiro teria de aquecer o público.

- Vocês. Vazem. Isso é uma questão pessoal. - Falou para os outros semideuses usando sua expressão mais ameaçadora. Eles pareciam a ponto de correr, mas olharam para Seven como se pedissem permissão para obedecer a Damon. Imbecis.

- Vão. Já é injusto com ele só comigo, imagina com vocês dois. - Seven deu a ordem como se fosse uma piada. Mas no fundo ele devia saber que se atacasse e ganhasse por uma desvantagem numérica essa luta não teria o mesmo valor. – Não que ele mereça alguma...

- Que consideração a sua... – O filho de Deméter disse ironicamente.

Damon observou enquanto os outros semideuses seguiam por um dos corredores. Eles pareciam estar bem felizes de sair de perto da zona daquele conflito. Eles sabiam que seria brutal. Damon concordava.

Quando eles sumiram Damon pegou a espada e se colocou em uma pose mais defensiva, mas mesmo assim ainda não se moveu. Não tinha como vencer Seven enquanto ele usasse aquela katana estúpida, não sem muito esforço da sua parte. Primeiro tinha que ter certeza de que a luta estava sendo assistido.

- Agora... falando sério. Temos coisas a tratar... – Damon fez uma pequena pausa. Mesmo que sons de batalha estivesse ecoando pela zona de treinamento a plateia estava em silêncio total. Obviamente eles deviam estar assistindo. - Você preferiu resolver essa questão na Caça a Bandeira. Então acho que que é justo que expliquemos a situação para os nossos expectadores não é mesmo?

Damon fez um gesto dramático apontando para tudo a sua volta. Pequenos murmúrios vindos da multidão. Eles não esperavam que Damon falasse diretamente com eles. Seven por outro lado não parecia estar muito surpreso, mas se manteve na posição de combate.

- A questão é a seguinte. Seven aqui quer que as forças do Refúgio se unam para um plano de ataque contra o abatedouro mais próximo. Uma tentativa de salvar mais vidas das mãos de monstros. Uma atitude nobre e admirável, não é? – Damon riu bem alto mostrando que não concordava nem um pouco com essa afirmação. – O que ele quer fazer depois disso? Bom. Aparentemente ele quer ir atrás daqueles que causaram essa situação. Aqueles que destruíram o mundo. Titãs.

A multidão se calou novamente. A atmosfera esfriou de imediato como se só a menção desses seres fosse capaz de tirar toda a vida presente em um ambiente. Nomes tinham poder. Todos sabiam disso. Mas a ideia de Damon era mesmo chocar e ganhar a atenção imediata de todos.

- É uma ótima ideia. Eu tenho que admitir. A vingança.... Isso é algo que todos nós queremos, não é? Destruir aqueles que roubaram nossas vidas, tudo aquilo que sonhávamos. Aqueles causaram o cenário que levou muitos de nossos amados embora.... Seria o final perfeito de um conto de fadas, não é? Os heróis se reerguem e destroem os vilões salvando o mundo. – Damon sorria vendo a confusão de Seven com suas palavras. Porque ele estaria concordando com seu ponto de vista? Essa era a reação esperada.

- Só que isso não é um conto de fadas. Somos o que sobrou da humanidade. Somos uma das últimas chamas de civilização que sobrou nesse planeta. E mesmo assim... mesmo assim Seven aqui quer que nós arrisquemos nossas vidas para lutar com seres imortais que por acaso já venceram uma luta com o Acampamento Meio Sangue. Um lugar com um número maior e mais treinando de semideuses que não sobreviveu ao ataque. E mesmo assim ele acha que nós, com menos membros e menos poder de fogo devíamos nos arriscar por essa ideia de vingança, por uma mínima chance de mudar o mundo.

Seven fez sinal de que queria falar, mas Damon fez um sinal com sua mão o silenciando. Era claro. Ele deixaria que Seven tivesse sua vez de falar depois.

- Eu não concordo com isso. Claro que não. Eu quero sobreviver. Lutar com os titãs em nossas condições seria estupido e irracional e meu plano é melhor. Eu não lhes dou vingança. Eu lhes dou esperança. – Outra pausa dramática. – O olimpo. Nossos avanços recentes de reconhecimento mostram que é bem provável que o Empire State ainda seja uma conexão entre o mundo mortal e o mundo dos deuses.

- Se tomarmos o Empire State podemos entrar no Olimpo e assim encontrar um novo lar. Um lugar onde a comida cultivada seria o bastante para um número bem maior de pessoas, onde monstros não conseguiriam entrar e onde nossa possibilidade de sobrevivência seria bem maior, um lugar que seria um paraíso comparado com o Refúgio e um plano bem mais plausível do que o de vingança contra os titãs.

- Então é isso que ofereço para vocês. Agora escolham! – Um gesto dramático para a multidão silenciosa. – Mas antes... acho que alguém aqui tem direito a uma réplica.

Seven ficou em silêncio por um momento. A plateia continuou em seu estado de puro silêncio, para eles poderia parecer que Seven estava sem palavras. Damon quase acreditou que ele não responderia, mas era Seven, Seven sempre tinha um discurso estupido na manga.

- Você gosta de um espetáculo, não é? Acho que você esqueceu de mencionar que não planeja levar os humanos se não tiver espaço lá no Olimpo? Bem típico de você não é mesmo? – Seven estava irritado. Melhor assim. – Distorcer a verdade para os seus próprios meios! Você sabe muito bem que os titãs não deixariam que tomássemos o Ollimpo assim do nada! Eles viriam atrás de nós!

- Eu quero eliminar essa ameaça antes que eles venham atrás de nós! Enquanto um único semideus ou mortal existir sempre vai existir a chance de que o mundo possa ser salvo e todos sabemos que eles não vão ficar de braços cruzados se isso acontecer. O conto de fadas é seu se pensa que seu plano vai simplesmente ter um final feliz!

- Qual é o ponto disso tudo? De que vale a pena sobreviver se com isso vamos ser tão ruins quando os monstros que estão nos caçando? Não importa se você é semideus ou mortal! Nós somos mais que os Titãs! Não vou me rebaixar ao nível deles!

A multidão começou a se agitar, algumas pessoas estavam batendo palmas. Damon ficou um pouco irritado. Ele teve que manter a calma e pensar no plano. Se tudo desse certo todos esses se arrependeriam de estar torcendo para Seven logo.

Ele terminou o discurso.

- Acho que é hora da tréplica. – Damon começou a andar dando uma certa distância entre ele e Seven, queria se manter longe da fonte de agua. Mesmo que nunca usassem seus poderes Seven podia muito bem tentar o truque sujo.

- Se querem salvar pessoas em frente. – Damon fez uma pequena mesura mostrando que realmente não dava a mínima. – É um desejo nobre. Mas isso se quiserem sacrificar sua comida. Eu sou a Caça. E eu digo. A comida está escassa e mais pessoas no Refúgio significa menos comida para vocês! Então a menos que queiram se voluntariar como caçadores acho que deviam deixar meu grupo decidir o que deseja seguir!

Parecia que Seven ia dizer algo, mas Damon fez um movimento com a mão.

- Espera... eu ainda não terminei – Damon começou a se aproximar mostrando claramente que queria lutar. – Essa é minha tréplica! Vença essa luta! Vamos ver quem aqui vai provar seu argumento!

A multidão foi à loucura. Gritavam seu nome. Gritava o nome de Seven. Gritava por sangue.

Agora ele tinha um espetáculo.

Damon se preparou para o que viria a seguir. Ele estava pronto.

Os dois cruzaram o espaço que os separava em questão de segundos e de imediato suas armas se chocaram.

O choque da espada contra a katana soou pelo campo de treinamento. Damon não conseguiria manter uma luta dessas por muito tempo, mas seu objetivo era fazer com que Seven saísse de perto do córrego e ficasse mais próximo das paredes de árvores.

Usando sua força desviou a katana de Seven e se movimentou conduzindo a luta aos poucos para a direção desejada. Seus ouvidos começaram a se encher com uma mistura do choque entre metais, os gritos da plateia e os sons de luta ao redor mostrando que a caça bandeira ainda acontecia.

- Sabe como eu descobri que estava aqui? – Teve que se concentrar para conseguir falar enquanto lutava. Em batalhas comuns era fácil distrair o oponente com palavras brincando com sua mente e coisa do tipo se não precisasse pensar no que estava fazendo.

- Um passarinho te contou? – Seven aplicava muita força em seus golpes, mas não parecia estar vacilando. Pelo menos estavam chegando no ponto certo. – Aquele mesmo parassarinho que te visitou hoje de manhã?

Damon sorriu, aplicou um golpe vertical desviando a investida de Seven e fazendo com que o semideus pulasse para trás. Quase lá...

- Não, esse foi só uma precaução... – Damon não estava surpreso que Seven soubesse de Alexa, foi arriscado usar a tática pela segunda vez. Provavelmente era por isso que tinha mudado de estratégia.

- Então como? – Seven tentou avançar mais uma vez, mas Damon conseguiu conter o golpe para manter ele naquele ponto. – Usou a sua outra espiã?

- A sabe disso também? – Damon riu, mais um golpe e Seven estaria no ponto certo. Damon já começou a se concentrar. – Você devia avaliar em quem você confia. Mas não... foi o seu amiguinho... Barry.

A expressão de Seven mudou rapidamente para um misto de surpresa e raiva. Damon atacou com a espada, mas ao mesmo tempo acionou os seus poderes já que finalmente o filho de Poseidon estava próximo o bastante do paredão de árvores.

A katana de Seven caiu no chão. Seu corpo foi elevado rapidamente por diversos galhos quase iguais a cobras que envolveram seu corpo e o elevaram do chão o prendendo a parede de raízes. Ele estava desarmado e sendo esmagado pelas raízes.

Damon parou por um instante. Seu corpo estava tremendo.

A magia necessária para controlar perfeitamente aqueles galhos provavelmente drenou toda a energia de seu corpo. Ele sentia até um pouco de frio. Não demonstrou isso para a platéia, mas ficou até um pouco tonto.

O importante era que Seven estava preso e tinha caído no truque facilmente. Mas Damon sabia o porquê de Seven não ter ligado para as raízes. O uso de poderes era bastante controlado por todos pois o uso indevido podia causar grandes desastres ou nenhum efeito dependendo de como os fluxos mágicos do mundo estavam, ou o que quer que controlasse o poder dos semideuses agora.

Usar as plantas para prender Seven. Damon sabia que era arriscado, mas tinha muito controle sobre magia e fazia dez anos que aperfeiçoava técnicas para usar na caçada. Provavelmente era o semideus que conseguia controlar melhor suas capacidades afina as plantas agora estavam por toda a parte. Só isso impediu que seu golpe repentino matasse Seven.

- Que merda é essa! O que você fez com o Barry? – Seven gritou tentando se libertar. Damon percebeu que os galhos estavam apertando Seven com cada vez mais força e teve que usar um pouco de magia para controla-los, isso deixaria marcas no semideus, mas não iria quebrar seus ossos.

Damon se colocou de pé. Recuperado. Guardou a espada, pegou a katana de Seven e a arremessou longe e por fim desenrolou Drusila. O chicote estava louco por algum sangue. Mas primeiro....

Seven estava elevado cerca de vinte centímetros do chão. Damon se colocou na pose certa e com toda a força que tinha socou a barriga de Seven.

O gemido de dor era música para seus ouvidos. Ele queria fazer isso fazia tanto tempo...

Repetiu o golpe. Usando a mão direita sentiu o impacto, Seven tentando se libertar e se machucando ainda mais no processo com os galhos apertando seus pulsos, joelhos e cintura.

- Acho que... – Damon voltou a sua postura original, mas mudou de ideia, aplicando um último soco na mesma área

Ouviu a multidão gritando. Alguns estavam a seu favor. Outros nem tanto. Não ligou. Ia aproveitar o momento que já esperava tanto. Pelo menos tinha direito a se divertir.

- Agora está bom. – Damon riu. – E... respondendo sua pergunta... Barry não é do tipo que fala muito... mas eu sou persuasivo...

Damon estalou Drusila. O chicote voou e acetou o tronco de Seven. Damon tinha controlado a arma para que os espinho não fossem muito grandes ou mortais, mas ela tinha liberdade para machucar.

- Mas no fim ele conseguiu falar...

Damon repetiu o golpe, o chicote acertando Seven. Os gritos começaram a ficar cada vez mais altos e mesmo que a caça ainda estivesse acontecendo Damon sabia que ninguém estava dando a mínima para isso. Estava todos assistindo esse momento.

Seven começou a se mover tentando se libertar novamente. Pela sua expressão ele estava morrendo de raiva.

- Você vai pagar por isso...- Seus olhos estavam focados no horizonte como se tentasse resistir a dor. Não funcionaria.

Damon repetiu o golpe mais uma vez. Os cortes em Seven mostravam que ele estava mesmo machucado. Vários rasgos em suas roupas onde o chicote e os espinhos acertaram, bastante sangue.

Damon repetiu uma vez.

A multidão estava louca. Um som estranho parecia estar abafando tudo. Provavelmente era o desejo de sangue vindo de Damon.

Seven não estava reagindo ainda encarando o nada.

- É isso que os titãs vão fazer conosco Seven. Você tem que entender...

Damon acertou o torso de Seven mais uma vez.

O filho de Poseidon começou a tremer ficando pálido.

- Eu só quero sobreviver.

Seu próximo golpe foi mal calculado. O chicote foi para o lado errado, provavelmente Drusila querendo ferir Seven de outra maneira. Isso não foi bom. O chicote acertou o rosto de Seven deixando um rasgo enorme em sua bochecha.

- Droga...

Damon parou o chicote e se afastou. Não queria ter feito isso. Podia ter ferido a visão de Seven ou algo assim...

O som da plateia estava mesmo abafado. Talvez fosse a chuva.

Chuva?

Damon sentiu pingos de água caindo em seu corpo, mas não devia estar chovendo, o dia estava ótimo...

Quando olhou para trás já era tarde demais.

Seven não se concentrou para aguentar a dor.

A massa de água gigantesca tinha se erguido do córrego e pairava sobre os dois semideuses. Uma torre de água gigantesca. O tipo de coisa que acontecia quando um semideus pouco acostumado usava seus poderes em situações de perigo. O que acontecia com a magia fora de controle.

A água basicamente esmagou Damon que não teve tempo de fazer nada a não ser tentar se agachar e se proteger.

Um turbilhão de água arrastou seu corpo fazendo com que sentisse diversos pontos de dor e rolasse no chão repleto de raízes. Tentou achar ar quase se afogando com a quantidade de água a sua volta. Precisava respirar.

Conseguiu encontrar ar. Seu pulmão agradeceu. Tudo estava ardendo. Vomitou água tremendo sem saber o que estava acontecendo.

Damon tonto e ferido tentou se concentrar. Tinha sido arrastado para o outro lado. Vários ferimentos causados por seu corpo que atingiu pedras e plantas. Drusila ainda estava enrolada em seu braço, mas a espada tinha sumido para algum lugar fora de seu campo de visão.

- Porra! – Conseguiu falar. Tentou se levantar, mas escorregou no chão molhado e quase deu de cara com o chão. Seus ouvidos finalmente livres de água mostravam que a multidão estava insana.

Olhou para frente. Seven estava se aproximando. Estava usando aquela máscara. Outro indicio de que viu anime demais na infância. Que merda aquilo fazia mesmo?

- Você quase me matou! – Gritou para o outro semideus. Ainda estava tentando se levantar por isso estava agachado com as mãos no chão tentando achar um apoio naquele chão.

Ele não disse nada. Sangue pingava da máscara.

- Como é que é? – Damon quase gritou. Finalmente se levantou. Seu corpo todo doía.

Seven atacou. Damon demorou tempo demais para reagir. O filho de Poseidon deu um soco tão forte em sua cara que Damon podia jurar que ouviu seu nariz se quebrando.

Perdendo o equilíbrio novamente Damon foi para o chão. Tentou tocar seu rosto para entender o que tinha acontecido, mas Seven começou a chutá-lo. Tentou se proteger com seus braços, mas o chute na barriga foi tão forte que teve que parar para respirar novamente.

- Seven! – Gritou em pânico.

Seven simplesmente se jogou pra frente e começou a socar chutar e ferir Damon de todas as formas possíveis. Damon tentou lutar tentando empurrá-lo para longe, mas a dor o impedia de fazer qualquer coisa, até usar o chicote.

Outro soco no rosto. Um chute na cara. Damon sentiu gosto de sangue na boca.

- Para! – Tentou gritar.

Seven puxou sua cabeça pelo cabelo de Damon gritou de dor. O filho de Poseidon fez força e empurrou sua cara contra o chão. Por sorte conseguiu fechar a boca para que não perdesse um dente ou algo assim, mas a dor era insuportável

Damon continuou recebendo golpes. Tentava socar, chutar, fazer alguma coisa, mas não conseguia. Ele não estava brincando. Ele queria matar Damon.

A multidão estava gritando. Um som indicou que a caça a bandeira tinha terminado.

- Seven! – Gritou. Se virou usando os braços para impedir outro ataque. Seven estava em cima dele.

Então ele olhou para alguma coisa do seu lado e parou. Damon conseguiu respirar e observou Seven tentando entender o que estava acontecendo. A primeira coisa que notou foi que as feridas dele estavam sumindo como se tivessem sido curadas.

Percebendo que ele tinha ido fazer outra cosa Damon conseguiu respirar tentando unir forças para se mover.

Como Seven estava tão forte? Em uma luta normal Damon era fisicamente mais forte que o filho de Poseidon, mas ele parecia um trator esmurrando a sua cara.

Conseguiu se arrastar aos poucos. Drusila estava apertando seu braço pedindo para ser acionada, mas Damon sequer tinha ciência de onde Seven se encontrava.

Olhou para trás e viu o que Seven tinha ido fazer. Ele tinha recuperado sua katana. Ele estava olhando para ele com um olhar assassino e estava camihando em sua direção.

Damon entrou em pânico.

Em pânico Damon tentou se mover se arrastando, mas sabia que ele estava vindo para matar. Não teve tempo de estender sua mão usar Drusila para aparar o golpe, a única coisa que pode fazer foi se mover um pouco.

A katana se enfiou em seu corpo. Um corte enorme no ombro. Doeu. Damon não conseguia mais pensar. Ele tinha que fazer algo ou o próximo golpe seria fatal. Damon não morreria assim, Damon iria sobreviver. Damon tinha que sobreviver.

Sobreviver era a única coisa que sabia fazer.

- Seven! A caça terminou! – Um grito ecoou ela arena.

Damon quis beijar Charlotte por aquela intromissão. O filho de Poseidon parou o que estava prestes a fazer e se virou para encarar Charlotte e também Alana que surgiram de um espaço próximo.

Seven olhou para Charlotte. Pela expressão corporal dele Damon conseguiu dizer que o cara estava puto da vida. Ele começou a ir em direção a elas.

- Seven! Pare agora! O que você acha que está fazendo seu idiota? Tire a sua máscara! – Alana se aproximou desembainhando sua arma. Ela parecia entende o perigo que estava correndo, Damon ficou ainda mais preocupado. Isso seria sua culpa se algo acontecesse.

- Seven... – Damon tentou falar, mas a única coisa que saia era sangue.

Seven começou correu em direção a Charlotte, derrubou Alana com um golpe forte em seu caminho como se ela não fosse nada provavelmente ferindo a garota. Ele estava pronto para dar um golpe com a katana e matar a filha de Hades.

Damon tinha que fazer alguma coisa. Charlotte tinha salvado ele alguns momentos atrás.

Estendendo sua mão Drusila se desenrolou. O chicote acertou a perna de Seven e prendeu o semideus fazendo com que ele caísse de cara no chão com sua katana ainda em mãos.

Damon se virou para Charlotte. Seus olhos se encontraram, ela estava em pânico.

Seven se levantou. Tinha cortando a si mesmo quando caiu repentinamente. Ele se virou para Damon com um olhar ainda mais assassino.

Ele começou a avançar com a Katana pronta para dar um golpe.

Então ele afundou no chão como se estivesse em areia movediça. Seu rosto em puro choque como se não soubesse o que acontecia.

O mundo pareceu se envolver em trevas como se Damon soubesse que sua morte tinha chegado. Mas não era a morte. Damon sentiu seu corpo se afundar em sombras. Uma sensação que já tinha tido antes. Uma viagem das sombras.

Algo que semideuses não usavam mais por ser perigoso e imprevisível.

A última coisa que viu foi Charlotte ainda aterrorizada erguendo as mãos claramente em choque percebendo que não só tinha se livrado de Seven, mas também de Açama e Damon.





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