Através da névoa
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I- All these things that i've done

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Mensagem por Charlotte V. Walker Qui Abr 13 2017, 22:45



Let the game begins

As coisas estavam indo de mal a pior. Tudo começou com a (idiota) briga com Seven. Charlotte havia ficado realmente muito nervosa com ele, e acabou fazendo algo sem pensar. Tinha ido falar com Damon, praticamente o “inimigo mortal” de Seven, e de seu grupo, contando uma pequena dica do plano para a caça à bandeira a ele. Terrível ideia. Porém na hora estava tomada de raiva e querendo “dar o troco” e, sinceramente, não achou que míseras o que? Sete palavras? Acarretariam na perda do grupo. Ela não contava com a astúcia de Damon em espioná-los. Não fora totalmente culpa dela.

Encontrava-se no caminho para a zona de treinamento, onde ocorreria em poucos minutos a caça a bandeira. Vários pensamentos de culpa e o dobro de desculpas tentando convencer a si mesma que não resultaria em nada -ninguém iria saber, ia passar “batido” e tudo seguiria alegremente, ou quase- passavam por sua cabeça.

Parou por um segundo e chacoalhou a cabeça tentando se livrar deles. A ansiedade já começava a atacar novamente. Passou as mãos pelo rosto para se acalmar, porém, ao chegar à parte do nariz sentiu algo grudento e a confusão tomou conta de seu semblante. Baixou os olhos para as mãos arregalando-os no momento em que as encontraram. Sangue.

-Não, não, não, não, não... não! –Começou a murmurar desesperadamente. Olhou ao redor para se certificar que ninguém presenciava a cena e rapidamente limpou direito o rosto, passando as mãos na calça para retirar todo o resquício do sangue. Sua respiração estava pesada, isso não podia estar acontecendo. Ela estava bem, o médico dissera. Não tinha como, não podia voltar. Não com o mundo neste estado. Havia anos seu nariz não sangrava. Os remédios haviam controlado.

Novamente seus olhos se arregalaram com o pensamento. Sim! Devia ser isso, a falta dos remédios. Tinha que ser. Afinal, quantos anos fazia que não os tomava mais? Muitos. E também, ela estava extremamente estressada momentos antes. Havia sido alertada para acontecimentos como este. Alto nível de nervosismo, maiores batimentos cardíacos, cérebro com sangue em poucos intervalos de tempo, nariz sangrando. Se ateu a esse pensamento e respirou fundo, ajeitando o cabelo com as mãos se recompondo e retornou a andar.

Pouco tempo depois chegou ao seu destino, indo de encontro aos seus colegas de grupo. Deu uma olhada ao redor, até que um Damon com um sorriso convencido no rosto entrou em seu campo de visão.

Franziu o cenho e cerrou os olhos, ele estava convencido demais para seu gosto. Procurou Seven com o olhar e, quando viu a expressão dura em seu rosto congelou. “Ah não.” Um calafrio percorreu seu corpo, mas escondeu seu receio com uma expressão de indiferença. Ninguém iria desconfiar de nada afinal essa era sua feição diária. Colocou a mão esquerda sobre o punho de sua espada embainhada e se juntou ao outros. Poucos segundos depois Seven se pôs a falar, convocando uma reunião de emergência. Isso não podia ser bom. Não disse nada, apenas seguindo-o e fazendo seu papel.

Assim que chegaram à semitorre, Seven começou a explicar o plano. O novo plano. Engoliu em seco, porém se concentrou em ouvi-lo. Era uma ideia um tanto quanto doida, estava praticamente entregando a bandeira para o time oposto. Por um segundo uma revolta surgiu em Charlotte, que abriu a boca prestes a argumentar, mas antes que qualquer som saísse lembrou de que tecnicamente era culpa dela. “Merda.” Sua mente começou a vagar novamente por um momento nos acontecimentos da manhã e só voltou ao real quando ouviu seu nome.

Vasculhou o local procurando a origem da voz e seus olhos pararam nos duros, raivosos e acusadores verdes olhos do parceiro. Ficaram se encarando por alguns segundos, que mais pareceram horas, até que a voz dele voltasse a se dirigir à menina explicando sua função. Tentou voltar a respirar, só agora percebendo que havia prendido a respiração, enquanto o outro falava, afinal, não era culpa dela. Pelo menos ninguém sabia. Será?

-Eu confio em você. Não me desaponte. -Assim que ele disse essas palavras o mundo caiu e começou a girar. Era como se Charlotte tivesse sido sugada para outra dimensão onde aquela frase ecoava eternamente ao seu redor. “Confio em você.”

Droga.

Ele sabia.

Desviou o olhar para o chão totalmente consumida pela culpa mas não deixou suas emoções transparecerem. Respirou fundo e o seguiu. A batalha começava.

•••


Seguiam em direção ao córrego para executar o brilhante plano da Ariel. Fez uma pequena careta quando ele detalhava melhor a estratégia. Charlotte não era lá uma pessoa muito fã de rios e essas coisas “molhadas”, mas não possuía ideia melhor então apenas se conformou.

Assim que chegaram ao destino uma voz chamou a atenção do grupo. Damon. Aquele homem não cansava de ser chato não? Seven imediatamente entrou em modo guerreiro com sua arma em mão, pronto para a luta.

Coloquei a mão sobre a espada preparada para desembainhá-la, porém foi cortada pelos dois. Seria um duelo então. Algo pessoal eles disseram. Isso não iria acabar bem. Claro que sabia que a função disso era a famigerada briga entre ir para o Olimpo ou salvar mais gente. Obviamente estava junto com seu grupo, tinham muitas pessoas esperando algum milagre para sobreviver ainda.

Saíram de perto deixando os dois se resolverem, apenas observando a rixa. Um discurso de Damon se deu antes de a coisa realmente ficar interessante. Parecia que ele queria um show, não um acerto de contas. Mas, se falando de Damon, não duvidaria que fosse exatamente esse seu desejo.

A briga se desenvolvia ficando cada vez mais perigosa, ainda mais por Damon começar a tomar conta da situação. Ele estava usando seus poderes, sujo, porém inteligente. Seven estava preso e sendo socado pelo adversário, que logo trocou a mão pelo chicote. Charlotte arregalou os olhos, dando um pequeno pulo cada vez que o chicote do filho de Deméter encontrava a pele de Seven. O colega estava praticamente acabado, até que deu uma reviravolta no placar atando com seus poderes também.

Passou seus olhos pela multidão e percebeu que todos olhavam concentrados o desenrolar, ansiosos pelo resultado. A coisa ficou realmente feia quando a menina voltou o olhar para o que acontecia à sua frente e percebeu que a prole da água usava sua máscara. “Oh, não.”

Tudo aconteceu muito rápido, socos e gemidos ecoavam pelo ar. Quando ela se deu por si Seven estava com a katana enfiada em Damon. Ele queria mesmo mata-lo, e estava quase conseguindo. Foi quando resolveu que alguém tinha que dar um jeito naquilo.

-Já chega.- Falou -Seven, acabou.- Gritou tentando chamar a atenção do menino, que acabou voltando toda sua extrema raiva para ela. “Merda.”

A garota recuava involuntariamente. Não era de seu feitio fugir, mas Seven estava realmente perigoso e imbatível no momento, era corajosa não estúpida. Viu a arma do filho de Poseidon vindo em sua direção e o pânico tomou conta.

-Seven... –Parecia mais calma do que realmente se sentia, tentando, novamente sem sucesso, pará-lo. Então Damon interveio com seu chicote. Não gostava do garoto mas, no momento, poderia beijá-lo de emoção.

Porém, Seven estava agora com um olhar ainda mais assassino e corria de volta para o outro. Era agora, ele iria mata-lo. O desespero tomou conta de seu corpo e começou a se aproximar dos dois com Alana em ao seu lado.

-Seven, pare! Seven! –Gritava em vão. -Christopher! – Foi a última coisa a sair de sua boca antes que os meninos, e Alana, fossem consumidos pela escuridão.

Charlotte caiu de joelhos no chão com os olhos arregalados e ofegando. O que havia feito? Tinha mandado seus “amigos” para algum lugar totalmente desconhecido.

-Droga, droga, droga. – Murmurava repetidamente. Podia sentir os olhares recaindo sobre si, as milhões de faces em dúvida, se questionando do ocorrido. Alguns pareciam queimar sua pele em julgamento assim que entendiam, que viam a viam como a real culpada. Passou as mãos por seu cabelo respirando profundamente algumas vezes se recompondo.

De olhos fechados começou a levantar, lentamente se virando para a multidão, tomando coragem para fita-los. Abriu os olhos e fez sua melhor cara assustadora e falou o mais alto que conseguia:

-Então? O show acabou! –Disse, passando toda sua raiva para as palavras para que entendessem o recado. Uma onda de pessoas saiu de seus lugares começando a esvaziar a arena, alguns ainda olhando de soslaio para ela, porém ninguém questionando.

Voltou o mais rápido que pode para seu quarto se isolando. Andava de um lado ao outro pelo local ansiosa. Precisava pensar em alguma solução, precisava fazer algo. Ainda na mesma agitação jogou sua mochila esfarrapada que utilizava nas saídas em cima da cama e começou a colocar algumas roupas e suprimentos que havia por lá. Fechou o zíper e saiu apressada em direção à cozinha, não olhando para ninguém no caminho.

Já em seu destino tratou de encher a bolsa com comida e garrafas de água, o bastante para passar um bom tempo fora. Ouviu passos ecoando atrás de si, mas manteve sua concentração na atividade que exercia sem se virar para ver quem era. Passaram-se alguns segundos antes da pessoa se pronunciar. Uma voz grave e grossa pigarrou, provavelmente chamando pela garota. Pelo canto do olho espiou e suspirou quando reconheceu o menino, ainda com a atenção em procurar por algo que lhe fosse útil para por em sua mochila.

-O que está fazendo, Charlotte?- Barry mantinha seu tom de voz sério, sem expressar muito suas emoções.

A menina suspirou novamente, dessa vez voltando a atenção para o rapaz e se virando, apenas para se arrepender de fazer isso. Barry a olhava diretamente em seus olhos, de braços cruzados não muito longe de onde ela se encontrava, com a cara séria demais para se passar por amigável.

-Estou tentando resolver a confusão que criei. – Falou ao mesmo tempo em que voltava a fuçar a prateleira, olhando as coisas agora sem interesse. Já havia empacotado o suficiente, mas não queria encarar o garoto enquanto conversavam. Não queria que ele visse o quão desesperada e com medo estava.

-Vamos pensar em algo no conselho. Já marquei uma reunião de emergência e juntos encontraremos a solução.- Ele fez questão de enfatizar a palavra “juntos”, mas a garota não se importou.

Fechou o zíper e colocou a mochila nas costas fazendo menção de sair, porém Barry entrou em sua frente, impedindo seu caminho até a porta.

-Ok, olha. A culpa disso tudo é minha, então eu vou achar uma solução e eu vou resolver. Na verdade, já pensei nisso e estou indo agora mesmo por em prática se apenas me deixar sair – Seu tom de voz endurecia conforme falava, com a raiva contida em suas palavras. O garoto irredutível ainda estava plantado, sem mexer um músculo sequer, a fitando. -Barry... – Começou, porém sendo cortada pelo outro antes que pudesse dizer mais alguma coisa.

-Não estamos a culpando. Apenas se acalme, venha comigo, pode assistir a reunião se isso a deixar melhor, mas não precisa agir assim impulsivamente. Estamos todos preocupados e confusos, mas de nada adianta isso que está fazendo.- Terminou gesticulando para a bolsa em suas costas.

Charlotte voltou a caminhar, agora sem impedimento, mas com o garoto a acompanhando. Mantinha o olhar fixo no horizonte e seus passos eram pesados.
-Para que discutir o que fazer, você sabe qual é a solução. Temos que ir atrás deles. – Olhou enfaticamente para ele, que apenas continuava a seguindo sem dizer nada. -E de que adianta montar um grupo de busca. Não é qualquer um que teria a experiência ou possibilidade de sair lá fora, teriam que ser pessoas que conhecem o mundo. E não podemos nos dar ao luxo de tirar pessoas de suas funções externas, pondo suas vidas em risco, para encontrar três semideuses que tecnicamente sabem se cuidar sozinhos onde quer que estejam. Então, como eu fiz isso,  os mandei para algum lugar, vou atrás deles. Sou a melhor opção para isso e não adianta negar, você sabe. Apenas estaríamos adiando o inevitável. – Disse parando em frente à entrada da pequena floresta do zoológico, ficando cara a cara com Barry.

-É perigoso lá fora para grupos grandes, você não teria chances indo sozinha. Deixe-me pelo menos arranjar alguns acompanhantes e melhores suprimentos. Descanse primeiro também, não fará diferença esperar essa noite.- Respondeu-a, agora a olhando solidariamente.

-Não posso ficar, todos já estão me olhando estranho. Não vou aguentar ficar parada esperando que por algum milagre eles voltem. E você não sabe como é fora daqui, uma noite pode fazer muita diferença. Apenas... Faça o que sabe de melhor, coloque alguém em comando nos grupos que precisam, não podem parar a coisas por conta do meu erro. Vou encontrá-los e voltaremos, vivos. – Olhou mais uma vez para o menino e, antes que pudesse ser questionada, virou e misturou-se com as sombras que surgiam conforme o dia dava lugar à noite.

Wish we could turn back time, to the good old days.
Charlotte V. Walker
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